Ministério da Saúde destaca ação de Curitiba no combate
ao crack
Curitiba começou, nesta segunda-feira (2), a maior mobilização de sua
história no que diz respeito ao combate às drogas. O movimento Liga do Bem,
lançado no salão Atos do Parque Barigui, reúne os governos municipal e estadual,
os poderes Legislativo e Judiciário, o setor privado, as forças de segurança, e
a sociedade organizada para enfrentar as drogas e suas consequências em todas as
frentes.
“Todas as secretarias municipais estão juntas neste programa. Vamos
intensificar e melhorar o que já existe, aumentando o número de atendimentos e
criando novos projetos”, frisou Hamilton Klein, secretário Antidrogas Municipal.
“Este é um trabalho feito por muitas mãos. Vamos chamar a população para
trabalhar junto com a administração municipal. Ir a cada localidade formando uma
corrente positiva, uma Liga do Bem”, ressaltou Eliane Chomatas, secretária
Municipal da Saúde.
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ao crack
Estrutura - A Liga do Bem fortalece ações permanentes da
cidade, como as atividades educativas do programa Adolescente Saudável e os
cuidados aos pacientes dos centros de Assistência Psicossocial (CAPS), o
acolhimento feito pelos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS), os
projetos da Guarda Municipal e as iniciativas da Secretaria Antidrogas
Municipal, com destaques aos programas Bola Cheia, Papo Legal e Cão Amigo.
Com base no que já é feito, a Liga do Bem vai trabalhar com três grandes
eixos: prevenção, cuidado e autoridade, com a participação de todas as
secretarias municipais e parceiros. No terceiro eixo, as ações de combate às
drogas coordenadas pelas forças de segurança do Município e do Estado em
parcerias já existentes, como na implantação das Unidades do Paraná Seguro
(UPS).
“Neste semestre houve queda de 20% na criminalidade em Curitiba.
Parte disso é resposta ao trabalho de combate às drogas realizado pela
Prefeitura em conjunto com o estado. Em contrapartida o encaminhamento de
menores e dependentes químicos a programas de atenção aumentou 14%. A rede que
se forma hoje é fundamental para que estes jovens retornem produtivos à
sociedade”, afirmou coronel César Alberto Souza, coordenador geral do programa
Paraná Seguro, do Governo do Paraná.
Participaram do lançamento da Liga do Bem Marry Ducci, presidente da Fundação
de Ação Social; os secretários municipais do Governo, Luiz Fernando Jamur; do
Esporte, Lazer e Juventude, Marcelo Richa; da Educação, Liliane Sabbag; da
Defesa Social, Nazir Chain; do Trabalho e Emprego, Paulo Bracarense e o
representante do Ministério Público do Paraná Fábio Lourenço.
Reinserção - A Liga do Bem prevê a criação do Comitê
Municipal de Prevenção ao Uso de Drogas e Reinserção Social de Usuários e
Familiares e comitês com o mesmo propósito em cada uma das Regionais da cidade.
A Prefeitura irá investir também na qualificação profissional de servidores em
todos os órgãos da administração municipal.
Antidrogas - A Secretaria Antidrogas Municipal terá seus
programas como Bola Cheia, Caravana do Bem, Cão Amigo e Papo Legal
intensificados. Esses programas já são executados pela Secretaria nas dez
regionais de Curitiba e atendem jovens e adolescentes da capital e região
metropolitana através de atividades esportivas, culturais e educacionais.
Consultório de Rua - O projeto Consultório de Rua implantado
em Curitiba é a versão local do piloto concebido pelo Ministério da Saúde para
levar a atenção em saúde mental a moradores de rua. Em prática desde junho de
2010, a iniciativa foi premiada com o segundo lugar na Mostra de Experiências
Exitosas do 27º Congresso Estadual de Secretarias Municipais de Saúde do Paraná,
realizado no ano passado, em Cascavel.
A equipe multiprofissional destacada para o projeto fez cerca de 3,8
mil atendimentos. O número de pessoas varia de um mínimo de 40 até 80 pessoas
abordadas por semana. Eles acontecem uma vez por semana, à noite, na região
central, quando um psiquiatra, duas psicólogas, um assistente social, um
educador físico e um técnico especializado em redução de danos em dependentes
químicos se encontram com os moradores de rua.
O objetivo principal é ouvi-los, avaliá-los e encaminhá-los para
procedimentos que precisam ser feitos em uma unidade de saúde. As condições
climáticas influenciam. “Se está chovendo e faz frio, encontramos menos gente”,
conta a coordenadora do programa municipal de Saúde Mental, Cristiane
Venetikides.
O sucesso do trabalho depende do fortalecimento progressivo do
vínculo profissional com os pacientes e esse, por sua vez, do respeito e da
confiança mútua. “A meta é não apenas oferecer atendimento clínico mas ajudá-los
a se ressocializar, com base em regras e limites”, conta a coordenadora do
Programa Municipal de Saúde Mental, Cristiane Venetikides. Para isso, a equipe
conversa com os moradores de rua, joga futebol com eles e distribui itens como
preservativos, escova e creme dental, além de garrafas de água.
Esse trabalho já conseguiu que oito pessoas saíssem da rua: metade
voltou a morar com suas famílias ou alugaram casa e metade estão em comunidades
terapêuticas. Outro resultado positivo é o número de moradores de rua
encaminhados para acompanhamento nos Caps.
Ao longo desses dois anos, em diferentes momentos, cerca de cinqüenta foram
inscritos nessas unidades. Atualmente, cinco prosseguem em tratamento. “Esse é
um passo muito importante porque significa a oportunidade de eles começarem a
refletir sobre seu modo de vida e o querem para si. É um recomeço”, observa
Cristiane.
Dependência química - Segundo a Organização Mundial
de Saúde (OMS), cerca de 15% da população geral é dependente de algum tipo de
droga – lícita (como bebida e cigarros. E o álcool, também segundo a OMS, é a
terceira causa de morte prematura e incapacidades, atrás apenas das causa
ligadas ao aparelho circulatório (1º lugar) e das neoplasias (em 2º).
O consumo do álcool é, inclusive, maior que o do crack - substância
extremamente rápida no desencadeamento da dependência e do qual apenas um terço
das vítimas conseguem se libertar. Estudos mostram que um terço não consegue
abandonar o crack e um terço morre em decorrência do uso da substância.
Pesquisa entre escolares do Ensino Fundamental da rede municipal
feita pela Prefeitura em 2009 fez uma constatação preocupante: 66% dos alunos do
segmento (até 14 anos) já haviam experimentado algum tipo de droga – lícita ou
ilícita.
Caps - Curitiba tem, no momento, seis centros de atenção
psicossocial (Caps) especializados no atendimento de dependentes químicos. Em
2011 eles atenderam 1.780 dependentes químicos. Os percentuais de pacientes
usuários das diferentes substância variam de unidade para unidade.
Até aqui, nossos Caps funcionavam apenas durante o dia, proporcionando
duzentas vagas mensais cada um – cerca de 1,2 mil no total, simultaneamente por
mês. São os Caps Matriz, Portão, Cajuru, Centro Vida, Boa Vista e Bairro Novo,
dos quais os quatro primeiros começarão a funcionar em regime 24 horas, com 25
leitos para abrigar pacientes sem vínculo familiar, a partir desse ano. Os dois
outros começam a operar 24 horas em 2013 e, em 2015, duas novas unidades serão
implantadas.
Dependendo do diagnóstico de cada paciente, o tratamento dura entre 6
meses e 1 ano e, de acordo com a fase terapêutica, pode ser intensivo (de
freqüência diária), semi-intensivo (três vezes por semana) ou não-intensivo (3
vezes por mês). O objetivo é a reabilitação e a reinserção social dos pacientes.
O tempo de permanência diário pode ser integral ou meio período. Quem precisar
permanecer o dia todo, recebe três refeições.
De todos os Caps, seis foram abertos a partir de 2005 e, destes, três são
especializados em dependência química. Isso significa que, desde então, foram
criadas seiscentas novas vagas mensais em média.
Fonte: http://www.antidrogas.curitiba.pr.gov.br/index.php
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